Começa nesta terça-feira (24) o julgamento do policial federal Victor Campelo, acusado de matar o estudante Rafael Frota com um tiro dentro de uma casa noturna de Rio Branco. Ao todo devem ser ouvidas 15 testemunhas de acusação e defesa, além do interrogatório do réu. O julgamento deve se estender até sexta (27) na 2ª Vara do Tribunal do Júri e Auditoria Militar.
Campelo responde pelos crimes de homicídio e tentativa de homicídio. Conforme o Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC) foram arroladas dez testemunhas pela defesa e cinco de acusação.
Inicialmente vão ser ouvidas as testemunhas de acusação, em seguida é aberto para perguntas do juiz, promotor, advogados de defesa e jurados, respectivamente. Depois, vem a oitiva das testemunhas da parte da defesa com perguntas na mesma ordem.
O que diz a defesa
O advogado do policial federal, Wellington Silva, afirmou que a defesa está confiante com o julgamento e que o processo possui grande fundamentação jurídica e técnica favorável à defesa. Segundo ele, ficou comprovado que o policial agiu em legítima defesa, argumento também defendido pelo policial no primeiro depoimento prestado à Justiça em 2018.
Ele lembrou ainda que seu cliente não chegou a ser indiciado pelo delegado responsável pelas investigações, mas que o Ministério Público optou por denunciá-lo pelo crime e a Justiça o pronunciou para ir a júri. Campelo foi transferido para outro estado em 2019 por questão de segurança e segue trabalhando como policial federal.
“É um processo longo, o julgamento será o primeiro do ano na 2ª Vara. Nossas expectativas são muito positivas, porque desde o primeiro momento, desde a delegação, a defesa sustentou uma tese de legítima defesa, de erro de execução. Essa tese foi, inclusive, aceita pelo delegado que deixou de indiciar o Victor na época. Todavia, o juízo entender que a análise com relação a aplicabilidade ou não dessa tese deve ser realizada pelo tribunal do júri, então entendeu que é lá que deve ser colocado uma pedra sob esse caso. Então temos toda prova técnica favorável”, disse Silva.
Na noite de 26 de julho de 2016, a Polícia Civil reconstituiu a morte do estudante Rafael Frota. Campelo e a ex-namorada dele, Lavínia Melo, de 19 anos, e os jovens apontados como responsáveis pela confusão que teria motivado os tiros, retornaram à casa noturna, no bairro Aviário, para participar da reconstituição.
Em maio de 2017, o policial teve duas medidas cautelares revogadas pela Justiça do Acre. Entre as medidas, estavam a revogação da proibição de frequentar bares, boates e casas noturnas, bem como o recolhimento domiciliar a partir das 19h nos finais de semana, feriados e dias de folga.
[G1]