Polícia Civil do Acre orienta que vítimas busquem delegacia para registrar queixa contra Xland

A Polícia Civil do Acre não tem nenhum registro de ocorrência contra a empresa Xland Holding, acusada de estelionato pelo ex-jogador do Palmeiras Gustavo Scarpa. O delegado-geral José Henrique Ferreira confirmou ao g1 que as vítimas do estado ainda não prestaram queixa contra a empresa.

Ele orienta que essas pessoas busquem uma delegacia mais próxima para fazer um boletim de ocorrência para que a polícia instaure um inquérito e investigue o caso.

"Primeiro que para a gente abrir algum procedimento, precisamos que a vítima registre a ocorrência. Até agora não registrou. Se houve alguma pessoa que se sentiu lesada por conta disso, a Polícia Civil vai investigar, claro. Vimos o caso no Fantástico, e quando tem algo assim o delegado comunica, pede apoio porque é uma investigação complexa", disse o delegado-geral da Polícia Civil.

José Henrique destaca que as vítimas podem buscar qualquer delegacia para registro da queixa. Depois, o caso é encaminhado para a delegacia competente para seguir com as investigações. "A gente orienta que se procure para investigar o fato. O MP não passou nada para a gente, normalmente fazem o procedimento deles e dão continuidade lá. Se a gente for abrir [alguma investigação], temos que ter o contato para as investigações possam correr o mesmo caminho", acrescentou.

A empresa de criptomoedas funciona em um prédio localizado na Avenida Nações Unidas, na capital, e está aberta para receber clientes. Ela foi alvo de investigação do Ministério Público do Acre (MP-AC) por suspeita de ser uma pirâmide financeira.

O MP disse que a empresa usa o esquema de Ponzi, que trata-se de uma operação de investimento que envolve a promessa de pagamento de rendimentos exorbitantes e lucros atrativos aos investidores à custa do dinheiro pago pelos investidores que chegarem posteriormente, em vez da receita gerada por qualquer negócio real.

Justiça negou pedido de bloqueio

Em dezembro, a Justiça do Acre negou pedido do MP-AC para suspender as operações e congelar os bens da Xland.

Na decisão, a juíza Olívia Maria Alves Ribeiro, da 5ª Vara Cível de Rio Branco, apontou a falta de provas para negar o congelamento de bens da Xland e dos sócios da empresa, assim como a suspensão das operações. Sustentou ainda o risco de ruína da empresa, com prejuízo aos clientes, caso parasse de funcionar. E disse que poderia reavaliar a decisão caso fossem apresentadas novas provas.

O Ministério Público recorreu, e ainda não houve nova decisão.

A ação do Ministério Público foi baseada, entre outros aspectos, em pedido da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que, em ofício em 2020 pediu ao Ministério Público que investigasse a Xland por possível esquema de pirâmide financeira.

A CVM passou a investigar a empresa em 2020, quando encontrou, segundo o órgão, indícios de "conduta criminosa".

Entre os pontos levantados pelo órgão regulador como suspeitos estão a falta de informações sobre o tipo de criptomoeda oferecida; a falta de garantia da devolução do investimento; falta de transparência sobre quem é o responsável pela gestão dos investimentos e a falta de uma equipe especialista em investimentos.

Além disso, a empresa não tem registro para atuar com investimentos exigidos pela CMV ou pelo Banco Central.

Com base no documento, o MP do Acre moveu uma ação civil pública contra a empresa. Na Justiça, em outubro de 2022, pediu que a empresa fosse dissolvida, anulados os contratos de investimentos e que fosse proibida de firmar novos contratos. Os pedidos, no entanto, foram negados.

Caso Scarpa

A Xland está no centro de uma denúncia de estelionato feita pelo jogador Gustavo Scarpa. Ele alega ter investido R$ 6 milhões na empresa por indicação do também ex-jogador do Palmeiras, Willian Bigode

Bigode mantinha a empresa WJLC, que também atua com investimentos em criptomoedas, e tinha parceria com a Xland. Ele ganhava comissão por novos investimentos e apresentou a empresa ao jogador vítima de estelionato.

Após o investimento, Scarpa tentou em outubro de 2022 reaver o valor, sem retorno. Áudios mostram a conversa entre o jogador e Willian Bigode em que ele responde "agora é orar". (Veja o vídeo acima)

O que dizem os envolvidos

Em vídeo pelas redes sociais publicado nesta segunda-feira (13), após a repercussão do caso, Bigode disse que é vítima. "Não sou dono e nem sócio da Xland e muito menos golpista. Até porque, eu não peguei o dinheiro de ninguém. Eu sou vítima, até porque até hoje não peguei o meu recurso", contou. Ao Fantástico, ele disse que tem investido e represado com a empresa R$ 17 milhões.

Gabriel Nascimento, dono da Xland, também se disse vítima, mas da FTX. A empresa é a segunda maior corretora de criptomoedas do mundo e faliu em novembro do ano passado. Investidores do mundo inteiro tiveram prejuízos.


Lavar as mãos
A lavagem deve ser feita frequentemente com água e sabão por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização.


Não tocar o rosto
Evite encostar as mãos não lavadas na boca, nos olhos e nariz. Essas são as principais portas de entradas do coronavírus no organismo.


Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar
O ideal é usar cotovelo ou lenço. Se utilizar papel, jogue fora imediatamente.


Usar álcool em gel
Se não houver água e sabonete para lavar a mão, use o álcool gel 70%, que é eficiente para matar o vírus e outras possíves bactérias.


Evitar contato se estiver doente
Quem está com sintomas de doença respiratória deve evitar apertar as mãos, abraçar, beijar ou compartilhar objeto. Se puder, fique em casa.

Usar máscara se apresentar sintomas
Quem está com sintomas como tosse e espirro deve usar máscara mesmo sem o diagnóstico confirmado de covid-19.