Por Wanglézio Braga
A fronteira da Bolívia com o Brasil pode ser fechada novamente e ainda neste mês. O motivo é simples: “As eleições gerais 2020”. Recentemente uma ação entre os prefeitos de Brasileia, Epitaciolândia, no Acre, e Cobija, no Departamento de Pando, conseguiram liberar as duas pontes que estavam fechadas por causa da pandemia do novo Coronavírus (Covid-19). Mas, tudo indica que a fronteira pode ser bloqueada há pelo menos dois ou três dias antes do pleito marcado para o dia 18 de outubro.
As eleições gerais, há meses, vêm sendo anulada por causa dos protestos e escândalos que envolveram o ex-presidente, Evo Morales. O ex-chefe da nação plurinacional renunciou o mandato em meio ao caos político e social. Jeanine Añez, até então senadora, assumiu como presidente interina. Tudo indicava a participação dela no pleito, chegou a anunciar candidatura, mas depois retirou a intenção.
No domingo de eleições, os bolivianos de Pando vão escolher um novo presidente, vice-presidente, terão que aclamar quatro senadores, dois deputados federais e deputados estaduais, sendo ainda um representante dos movimentos indígenas e outro para assuntos internacionais.
Em meio à pandemia, o departamento de Pando que tem como capital a cidade de Cobija, vem realizando grandes eventos para apoiar os candidatos locais e nacionais. A pandemia que deixou centenas de mortos até foi ‘esquecida’ por muitos. A última visita foi de Luis Arce, candidato do MAS, do mesmo partido que elegeu Evo Morales em seus mandatos. No páreo constam ainda Carlos Mesa (CC) e Luis Camacho (UCS).
O atual governador, Luiz Adolfo Flores, não concorrerá à reeleição porque já utilizou o tempo máximo de mandato. Ele vai tentar uma cadeira de senador da república pelo Movimento ao Socialismo (MAS).
Nos últimos dias, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anunciou reforço das Forças Armadas, Marinha da Bolívia e da Polícia Departamental de Pando. Cerca de 800 militares vão fazer a segurança durante o pleito principalmente nas regiões onde o trânsito irregular de pessoas entre Brasil e Bolívia é muito fácil de acesso. Nas últimas eleições, protestos violentos foram registrados inclusive com a queima de urnas eleitorais. Os movimentos em Pando seguiram as ordens de La Paz, Santa Cruz e Cochabamba. As eleições foram consideradas fracassadas.
No próximo ano, os bolivianos retornam às urnas para escolher governador, vice-governador, prefeitos (Alcades) e vereadores.