Sempre assim.
. Seja quem for, e de que partido for o governante, lá
. estará o PMDB pronto para apoiá-lo. Desde que...
Desde o governo do então presidente Sarney, passando pelos governos Collor, Itamar, FHC, Lula e, presentemente, no governo da presidenta Dilma Rousseff, que o PMDB se mantém no poder, e a provar que sim, vários dos mais destacados endereços da esplanada dos ministérios são ocupados por peemedebistas, e quando não, por pessoas por eles indicadas, e sempre escolhidas à dedo. Conclusão: partidariamente falando-se, o PMDB não se comporta como um partido político, e sim, como uma organização a serviço de qualquer governo, conquanto que, parte do poder lhes seja entregue, e de preferência, de porteira fechada.
Para conseguir o que quer, ou seja, para abocanhar parte do poder, seja no plano federal, estadual ou municipal, o faminto PMDB acabou contaminando todo o nosso ambiente político-partidário. Sua tática tem sido sempre a mesma: eleger consideráveis bancadas parlamentares, e a partir de então, por o pé no bucho do governante que estiver ao seu alcance. Ou seja, seus vereadores achacam os prefeitos, os deputados estaduais achacam os governadores e os deputados federais e senadores, achacam quem estiver na presidência da República.
. Não por acaso, coube a um dos ilustres peemedebistas, no caso, Roberto Cardoso Alves, à época, deputado federal constituinte, introduzir e fazer prevalecer à célebre expressão: “é dando que se recebe”. Isto mesmo. Para ter o seu apoio parlamentar, qualquer governo terá que transferir parte do seu poder para o PMDB. Esta prática vem desde os tempos da nossa Assembléia Nacional Constituinte. Portanto, há quase 30 anos.
Pior: ao se espelharem nas vantagens obtidas pelo PMDB, os demais partidos políticos se deram por conta que também poderiam ser poder, bastando para tanto, seguir as pegadas dos peemedebistas. Nesta onda o PSB, o PTB, o PSB e o PP, entre outros partidos, passaram a surfar, e como seria esperado, cada um deles obtiveram seus nacos de poder, seja nos ministérios, seja nas diversas estatais e até diretorias dos bancos oficiais.
Em sendo verdade que quanto mais venenosa seja a cobra, mais perigosa ela se torna, como as bancadas peemedebistas, seja na câmara dos deputados, seja no senado, vem se reduzindo a cada eleição, o poder de fogo do PMDB não é mais o mesmo, mas não a ponto de torná-lo um partidozinho qualquer e sem nenhum poder barganha, enfim, se em terra de cego quem tem um olho é rei, com seus 60 deputados federais, ainda assim, os peemedebistas insistem em ter o mesmo poder que detinham quando as suas bancadas no Congresso Nacional passava da casa dos três dígitos. Vide o que está acontecendo com a disputa pela presidência da câmara dos deputados e a disputa pela presidência do senado.
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Ora, se a presidência do senado cabe a um peemedebista justamente pelo fato do PMDB deter a maior bancada naquela Casa parlamentar, quais os critérios que levam o mesmo PMDB a pretender a presidência da câmara dos deputados, se o partido não dispõe de sua maior bancada?