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Reforma política já

Reforma política já
Uma democracia que tem na sua composição congressual representantes de 28 partidos encontra-se sob ameaças. 

Tornou-se ainda mais difícil para a presidente Dilma Rousseff compor a sua base de sustentação política, seja na Câmara dos Deputados seja no Senado Federal, afinal de contas, ao invés de representantes de 22 partidos políticos distintos, a exemplo da legislatura prestes a terminar, e da qual seus assessores políticos, e quem sabe até a própria presidente, comeram o pão que o diabo amassou, a próxima legislatura será ainda mais complicada, enfim, lá estarão representantes de 28 partidos políticos. 

Sem dúvidas, as dificuldades serão bem maiores, afinal de contas, para se manter ou ser atraído para a tal base de sustentação, cada um dos partidos exigirá um pedaço de poder, e o mais grave, para ser ocupado por pessoas que nem a assessoria política do gabinete presidencial sequer as conhece, e claro, muito menos a própria presidente Dilma Rousseff. A propósito, o mesmo dilema estaria sendo vivido caso o candidato Aécio Neves fosse o eleito. 

Aliás, enquanto a nossa legislação político-eleitoral continuar permitindo que os partidos políticos sejam criados de forma desregrada, ou o que é ainda pior, consoante regras que favorecem as mais diversas negociatas, dos partidos políticos e de seus representantes eleitos, coisas boas não podemos esperar, até porque, de uma coisa tenhamos a mais absoluta certeza, qual seja, a causa da desmoralização do nosso ambiente político-partidário passa pela demasiada quantidade e pela péssima qualidade dos nossos partidos políticos. 

 Não pode ser considerada como séria uma democracia cujo Congresso Nacional comporte representantes de 28 partidos políticos, pois em isto acontecendo, ao invés de negociações políticas, o que é plenamente aceitável e natural nas mais sadias democracias, dão-se as negociatas: o toma-lá-dá-cá, o quero isto e não aquilo e uma série de outras patifarias. 

Foi assim no governo Collor, no governo FHC, no governo Lula, no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff e será assim, enquanto for mantida a nossa atual legislação político/partidária/eleitoral. Portanto, se a causa é esta, se o câncer é este, das duas, uma: ou o extirpamos, ou só nos restará esperar pelos próximos escândalos. Vide o que aconteceu quando da aprovação da emenda da reeleição, no governo FHC, o mensalão no governo Lula e o petrolão, no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff. Sobre o impeachment do então presidente Collor uma verdade precisa ser dita: o mesmo só seu deu porque ele não quis ou não soube comprar a mercadoria que lhes fora ofertada, no caso, os votos que o manteria no mandato. 

Se no sufoco provocado em junho de 2013, quando nossas ruas se encheram de gente e a protestar, sobretudo, contra o comportamento de nossa classe política, a idéia da presidente Dilma Rousseff de uma Assembléia Nacional Constituinte Exclusiva para fazer a nossa reforma política não foi aceita em razão do clima pré-eleitoral que já estamos vivendo, e se após reeleita, ela se mostra disposta a levar adiante a mesma proposta, só nos resta apoiá-la, até porque, no que depender do nosso Congresso Nacional, a anarquia partidária e suas consequentes negociatas irão continuar. 

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