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Politicamente falando-se

                                       Politicamente falando-se

 

A reeleição do governador Tião Viana irá permitir que a Frente Popular do Acre-FPA complete os seus 20 anos de poder.

                                                                                          

         Se para uma aliança político-partidária conseguir chegar ao poder chega a ser um feito considerado extraordinário, a exemplo do que aconteceu em 1998, quando a FPA conseguiu eleger o então governador Jorge Viana, nele se manter por 20 anos é um desafio que só, e somente só, duas das 27 unidades de nossa federação, desde a nossa redemocratização, conseguiram alcançar: São Paulo e Acre. São Paulo governado pelo PSDB, e o Acre, pela FPA, uma aliança que tem o PT, e em particular, os irmãos Viana – Jorge e Tião – como suas mais expressivas lideranças. Militarmente falando-se: seus dois mais medalhados generais.

         Aqui no Acre, a despeito do governador Tião Viana ter feito um primeiro mandato cujo desempenho político-administrativo os próprios institutos de pesquisas recorrentemente avaliavam em mais de 80% nos quesitos ”bom” e “ótimo”, ainda assim, eleitoralmente, os 16 anos de poder não o favoreciam, afinal de contas, o natural desejo de mudança, e na atividade político-partidária, em particular, costuma se manifestar quase sempre em desfavor de quem está no exercício do poder, notadamente, contra um candidato cuja reeleição determinaria a marca dos 20 anos. Era este, portanto, o maior adversário do candidato Tião Viana.     

          Como o sentimento de mudança jamais perdoou os maus governantes, e por vezes, nem mesmo os bons governantes, inteligentemente, o governador Tião Viana chamou para si a responsabilidade de mostrar que ele próprio seria o agente das mudanças que a população do Acre estava a reclamar, até porque, no que dependesse da fragilidade do seu adversário, Marcio Bittar, este não dispunha de musculatura eleitoral, político e moral para enfrentá-lo, ou seja, seriam favas contadas.

         A disputa eleitoral recém-concluída e que culminou com a sua reeleição, só foi possível porque o então candidato/governador Tião Viana teve a extraordinária capacidade de chegar ao inconsciente coletivo do eleitorado acreano, e levar de forma silenciosa, porém bastante objetiva, a seguinte informação: “mudança sim, conquanto seja para melhorar”.

         Portanto, entre mudar com o próprio governador Tião Viana e entregar o governo do nosso Estado nas mãos de Marcio Bittar, a lógica cívica, se é que assim podemos denominá-la, acabou prevalecendo, até porque, a mais visível mudança que se sabe do candidato Marcio Bittar, é a do seu próprio endereço, afinal de contas, apenas nos períodos eleitorais ele pode ser encontrado no Acre, assim como, era falso o amor que, em seus programas eleitorais, ele recorrentemente declarava ter pelo Acre. Aliás, o acreano não gosta de quem só gosta do Acre nos períodos eleitorais. 

         Resumindo-se: para ajudar o Acre a mudar, e caso se predisponha a isto, mesmo que derrotado, Marcio Bittar poderá dar uma mãozinha, mas para tanto, ele não só precisa residir aqui, no que lhe possibilitará a fazer um diagnóstico preciso das coisas que precisam mudar, sim e também, em respeito aos seus próprios eleitores, do contrário, eles passarão a se sentir ludibriados pela sua falta de amor ao Acre e a sua gente.

 

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