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Servidores da Saúde pedem apoio aos deputados por melhores salários e condições de trabalho

Mesa diretora da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) suspendeu a sessão ordinária realizada na manhã desta terça-feira, 14, para receber representantes dos sindicados que representam os servidores da Saúde. Eles cobram o pagamento do novo piso salarial da categoria. O pedido para ouvir os profissionais partiu do deputado Adailton Cruz (PSB), ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Estado do Acre (Sintesac) e foi acatado pelos demais parlamentares.

A sessão foi presidida pelo deputado Pedro Longo (PDT). Segundo ele, o Poder Legislativo vai agir em busca de uma solução para os trabalhadores. A presidente do Sindicato dos Profissionais Auxiliares e Técnicos De Enfermagem do Acre, Alesta Amâncio, foi a primeira a discursar. Segundo ela, há 25 anos a classe luta por um piso salarial mais digno e agora, com a suspensão do Supremo Tribunal Federal (STF) ao pagamento, eles precisam do apoio dos deputados.

“Gostaríamos de estar trabalhando, mas temos que ir às ruas lutar pelos nossos direitos. Viemos aqui pedir socorro aos deputados e também convidá-los a irem às unidades de saúde e hospitais nos ouvir e ver nossa situação. Passamos 25 anos lutando para ser aprovado um piso e o STF suspende o pagamento, mas esta Casa pode sair na frente e aprovar um piso estadual. Vivemos dentro dos hospitais e não recebemos um salário digno para sustentar nossas famílias, tem profissional que recebe um salário mínimo, isso é uma vergonha! Queremos nosso piso! Nós salvamos vidas, somos mães e pais e merecemos dignidade”, protestou.

Já a presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Acre, Iunaira Cavalcante, agradeceu pela categoria ter sido recebida no Plenário e pontuou que os profissionais estão cansados de ter que ir às ruas para lutar por seus direitos. Disse ainda, que há enfermeiros que tiram plantões de até 48h para conseguirem pagar suas contas. “Nós estamos cansados! Na pandemia fomos chamados de heróis, muitos colegas de trabalho morreram infectados, mas esquecem disso quando chega a hora de nos pagar um salário digno”, desabafou.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Acre (Sintesac), Juscelino Gonçalves, disse que a categoria está clamando pelo cumprimento de um direito conquistado por eles. Pontuou também que a desvalorização da classe é grande e que há profissionais com tempo de serviço e idade para se aposentar, mas não o fazem, pois receberão somente um salário mínimo.

“Estamos clamando e reivindicando por um direito que já deveríamos ter recebido. A desvalorização da Saúde tem sido grande, há pessoas que pensam que porque vestimos branco ganhamos bem, mas tem profissional que entra numa segunda e só sai do hospital na outra, fazendo extra para sustentar a família. Fui contratado em 1984, se eu me aposentar hoje irei ganhar somente R$ 1.400. Atualmente, tenho menos duas safenas, pressão alta, passo a noite cuidando de paciente e comendo de qualquer jeito e, às vezes, dormindo em cima de um papelão”, afirmou.

O sindicalista pediu aos deputados estaduais que intervenham junto a bancada federal do Estado para assegurar o pagamento da categoria. Frisou também que, assim como ele, há enfermeiros doentes em decorrência da função que exercem, que já não conseguem mais fazer extras. “Há dois mil enfermeiros com idade e tempo para se aposentar, mas não o fazem pois morrerão de fome. Eu e vários outros colegas estamos com idade elevada e doentes, não temos mais condições de cumprir extra. Fomos chamados de heróis e agradecemos, mas nossos filhos precisam comer. Coloquem a mão na consciência quando nosso PCCR chegar aqui e façam valer todo o nosso esforço para salvar vidas”.

Apoio declarado

Líder do PL, na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), o deputado Arlenilson Cunha, em pronunciamento na sessão desta terça-feira, 14, declarou apoio aos integrantes do Cadastro de Reserva do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf). O parlamentar afirmou que a convocação do cadastro do Idaf não se trata de uma questão de governo, mas sim de Estado.

Não aguentam mais

“Essas pessoas não aguentam mais esperar. Eu conversei com eles e sei o quanto estão aflitos. A convocação dessas pessoas é uma questão de Estado porque nós sabemos o quanto essa área precisa ser fortalecida”, disse Arlenilson. O deputado destacou, ainda, a importância dos servidores do Idaf para oAcre e os acreanos.

Efetivação

Deputado Afonso Fernandes (PL) defende a efetivação dos servidores do Instituto de Administração Penitenciária (IAPEN) e Instituto Socioeducativo (ISE), contratados provisoriamente, mas que já estão há vários anos atuando e agora podem ser exonerados. O parlamentar lembrou que  há profissionais que atuam há mais de 25 anos em suas funções, portanto, não podem ficar à mercê correndo o risco de serem exonerados.

Alternativa

“Há mais de 400 servidores públicos nessa função provisória atuando no sistema penal, alguns há mais de 25 anos e hoje eles estão pedindo nosso apoio para não ficarem na rua da amargura”, afirmou. Afonso lembrou que da PEC de autoria do deputado Roberto Duarte, que propõe a efetivação dos agentes provisórios, com a incorporação deles à categoria também de policiais penais. A PEC, segundo Afonso, pode ser a melhor alternativa.

Importância

“É sempre importante frisar que se hoje o Acre está livre da aftosa é graças a esses trabalhadores. Por isso me coloco à disposição do governo do Estado para que possamos juntos encontrar uma resposta para essa situação. O cadastro de reserva do Idaf é uma necessidade real”, acrescentou o deputado.

Pelos reservas

Deputado Tadeu Hassem (Partido Republicano) defendeu os integrantes dos cadastros de reservas da Polícia Civil, Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal e do Instituto Socioeducativo do Estado. Ele ressaltou que atualmente o Acre possui receita para realizar as contratações.

Convocação

“Inicio meu discurso fazendo menção aos cadastros de reserva, pois só sabe a agonia dessa situação quem passa por ela. Eu já passei e sei a felicidade que é ver seu nome como aprovado em um concurso público e a tortura que é o tempo de espera para a convocação. Nós aprovamos aqui, ajustes com a categoria, sabemos que o índice prudencial hoje permite essa convocação, a receita do Estado será ainda maior esse ano e as despesas estão controladas”, iniciou.

Resposta

O deputado Eduardo Ribeiro (PSD) também defendeu os integrantes do cadastro de reserva de diversas categorias que têm ido à Casa pedir apoio aos parlamentares. Ele pontuou que os profissionais precisam de uma resposta coerente por parte do governo. “As pessoas merecem uma resposta e uma decisão clara, pois nada é melhor do que trabalhar com a verdade”, afirmou.

 Solução

Ainda segundo o deputado, o Governo do Ace precisa buscar uma solução e informar quando e quantas pessoas serão convocadas, por isso, faço um apelo ao governo para que as trate com dignidade. Necessitamos de uma solução efetiva, verdadeira e coerente”, disse.

Solidariedade

O deputa Adailton Cruz (PSB), se solidarizou com os enfermeiros e técnicos de enfermagem que acompanhavam a sessão do salão Marina Silva. A classe aderiu ao movimento nacional de paralisação de 30 horas pela aprovação do piso nacional. O piso da categoria foi aprovado e sancionado em agosto do ano passado, mas em setembro foi suspenso por ordem do ministro Roberto Barroso que atendendo uma Ação Direta de Inconstitucionalidade.

Justa reivindicação

Para o deputado que também é enfermeiro, a reivindicação é justa e necessária. “Esses trabalhadores representam 75% da força da saúde e precisam ser valorizados e reconhecidos por isso. Contem com o meu apoio e com o apoio desta Casa. Essa reivindicação não é de vocês, não é minha, é de todos nós”, disse.

 

 

 

 

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