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Maus presságios

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Oposição é para fazer oposição, mas nunca para apostar no quanto pior, melhor.   

 

         Que as eleições próximas passadas, ao menos no plano federal, não tenha sido do agrado da oposição, particularmente, dos tucanos, até que se entende, afinal de contas, se uma derrota eleitoral, umazinha só, já seria bastante doída, a quarta de uma série, e nas quais os mais expressivos tucanos foram derrotados, como se diz na gíria – é dose para cavalo.

         Ocorre que, independente do amargor de uma, ou mesmo do somatório de várias derrotas, democraticamente falando-se, nada justifica a não aceitação dos resultados da recente disputa presidencial sem que estejam presentes as devidas e indispensáveis justificativas de ordem política, legais e morais, até porque, em isto prosperando, estaria aberto um gravíssimo precedente contra a nossa ainda incipiente democracia. De triste memória, foi este o tipo de oposição comandada por Carlos Lacerda.  

         A oposição não pode contestar a reeleição da presidente Dilma Rousseff e considerar legitimamente reeleitos os governadores Geraldo Alckmin de São Paulo, Beto Richa do Paraná, Marconi Perillo de Goiás e Simão Jatene do Pará, entre outros tucanos, se suas reeleições se deram na mesma disputa eleitoral que se deu a reeleição da presidente Dilma Rousseff foi reeleita. Matematicamente, menos ainda, afinal de contas, os 51.041.155 de votos obtidos pelo candidato Aécio Neves jamais poderão prevalecer sobre os 54.501.118 votos obtidos pela candidata Dilma Rousseff.

          Quanto ao fato do candidato Aécio Neves ter sido mais votado que a candidata Dilma Rousseff nas regiões sul e sudeste do nosso país, e ela mais que ele, nas regiões norte e nordeste, inclusive no Estado das Minas Gerais, menos ainda, afinal de contas, para tais argumentações prevalecerem, seria um odioso pré-preconceito contra os nortistas e os nordestinos e uma afronta a nossa ainda bastante frágil federação.  

         Para assumir a condição de comandante em chefe de nossa oposição, antes de tudo, o senador Aécio Neves precisa demonstrar publicamente que aceitou sua própria derrota, afinal de contas, não aceitá-la, o que tem feito até agora, ainda que de forma encabulado, não pega bem para quem se diz, por convicção, um democrata de primeira grandeza. 

         Se o PT já concluiu uma dúzia de anos na presidência da República e com a reeleição da presidente Dilma Rousseff, mais quatro anos já estão garantidos, das duas, uma: ou seus opositores, à frente, os tucanos, decidem fazer uma oposição menos elitista ou o seu fatio de poder poderá chegar aos 20 anos, até porque, em 2018, o paredão que terão que enfrentar atende pelo nome de Luis Inácio Lula da Silva, diga-se de passagem, o maior fenômeno eleitoral de nossa história. Por fim: não será apostando no quanto pior melhor que a nossa oposição fará girar a roda do poder.  

 

 

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