Cursos a partir de R$-149,00
A educação do nosso país jamais poderia ter sido transformada numa simples mercadoria.
As margens de nossas ruas e avenidas encontram-se repletas de outdoors, sem dúvidas, encomendados e expostos pelos donos de diversas escolas particulares, predominantemente, as faculdades. Até nos ônibus que atendem aos serviços de transporte coletivo de nossa população, nos chamados busdoors, o mesmo rol de facilidades e vantagens são ofertados aos estudantes que buscam acesso ao ensino superior. Enquanto isso acontece, ano a ano, a qualidade de nossa educação só tem piorado, e em relação ao ensino de nível superior, mais ainda.
Como portar um diploma de nível superior foi, é e continuará sendo o maior sonho de qualquer estudante, e de suas correspondentes famílias, para os donos das faculdades, a instituição do FIES foi o que de mais vantajoso poderia acontecer, enfim, ao lado do exponencial aumento de sua clientela e da garantia do pagamento das mensalidades dos milhões de alunos que por certo adeririam ao referido programa, as faculdades particulares passaram a viver no mundo mágico do capitalismo sem risco. Para o presidente do CFM-Conselho Federal de Medicina, Carlos Vital Corrêa, a prioridade de tais faculdades passou a ser o lucro em detrimento da qualidade do ensino.
Se para nossa vergonha, sobretudo, no contexto mundo mundial, a nossa educação é considerada como uma das piores do mundo, decerto, enquanto nossa educação for tratada como uma mercadoria, nas futuras avaliações do PISA-Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, do ENEM e do IDEB, entre outros organismos de avaliação, cada vez mais a qualidade do nosso ensino será rebaixada. A propósito, quando a nossa educação é comparada com a que é ofertada pelos países da OCDE-Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, sempre aparecemos na rabeira da lista.
Segundo estudos e avaliações feitos pelo movimento “Todos Pela Educação” e os consequentes resultados da Prova Brasil, nossos alunos estão completando o 5° e o 9° ano do ensino fundamental sem atingirem o aprendizado minimamente exigível, e o mais grave, entre os anos 2011 e 2013, a qualidade de ensino piorou sensivelmente, diria até, desastrosamente. A ver!
Em leitura e matemática, dois itens obrigatórios em toda e qualquer avaliação respeitável, nossos alunos estão concluindo o 5° ano sem os conhecimentos necessários, e o mais grave, a grande maioria dos alunos que chegam a concluir o 9° ano, encontra-se ainda mais despreparada, portanto, restando-lhe como opção, fazer um curso superior nas inúmeras fabriquetas de doutores que se alimentam com a dinheirama da FIES.
Os recursos do FIES precisam passar por um rígido controle, do contrário, o programa não sobreviverá, até porque, no que depender das faculdades caça-níqueis, os bilhões que estão sendo gastos com sua manutenção, R$-14 bilhões só no ano de 2014, ainda pouco ante a gula dos donos de tais fabriquetas de doutores.
O FIES não pode financiar um médico que, após diplomado, não sabe fazer um diagnóstico de pneumonia.