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Bendito calote

Bendito calote

Se foi um calote, que a presidente Dilma Rousseff se encoraje e promova outros de igual importância.   

        

Se a indicação da equipe econômica que comandará a economia brasileira no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, pudesse representar um calote eleitoral, os primeiros a reclamar seriam os integrantes do seu próprio partido, sobretudo, os petistas fosforizados, jamais os tucanos e democratas. Surpresa sim, afinal de contas, Joaquim Levy no ministério da Fazenda e Nelson Barbosa no ministério do Planejamento, sem dúvidas, sinalizam que haverá uma considerável guinada na condução de nossa política econômica.

Ora, se no curso da recente campanha a então candidata Dilma Rousseff já havia anunciado que, se reeleita, o ministro Guido Mantega não mais continuaria pilotando a política econômica brasileira em seu segundo mandato, embora ela não houvesse anunciado nenhum dos nomes que viriam comandá-la, a exemplo do que havia feito o então candidato Aécio Neves, ao anunciar o nome de Armínio Fraga, a substituição do ministro Guido Mantega já era esperada.   

Sobre o ministro Guido Mantega, aí sim, seria um calote caso ele continuasse à frente do ministério da fazenda. Como não, não houve calote, e sim, o cumprimento de uma promessa, publicamente assumida. Houve sim, uma agradável surpresa, afinal de contas, ninguém poderia imaginar que o principal escolhido viesse ser o economista Joaquim Levy. E a provar que sim, os mais encantados com a referida indicação foram exatamente aqueles que mais se opuseram à reeleição da presidente Dilma Rousseff.

         Não menos importante que a indicação do futuro ministro da Fazenda, Joaquim Levy, foi a indicação do futuro ministro do planejamento, Nelson Barbosa. Enfim, se o propósito é o de por a nossa economia nos trilhos, a dupla escolhida, em princípio, foi a melhor que poderíamos encontrar na praça, ou mais precisamente, no mercado.

         Que a dupla Joaquim Levy/Nelson Barbosa revele-se capaz de pôr a nossa economia nos trilhos, é o que esperamos, até porque, urge que outro trem, mais descarrilado  que o da nossa economia, seja posto nos trilhos, enfim, a continuar como está, ou seja, a ser mantido o nosso sistema político, partidário e eleitoral, nosso país continuará caminhando rumo ao abismo, até porque, no que depender dos nossos partidos políticos e de seus respectivos representantes no Congresso Nacional, nada será aprovado sem passar pelos seus balcões, ou seja, por negociatas.

         Enfim, para compor sua maioria parlamentar, condição necessária e indispensável para aprovar seus projetos, como compô-la sem abrir mão do comando da própria máquina pública? E é neste particular que mora o perigo. Enfim, este é o seu mais crucial desafio.

         Numa democracia que se faz representar por mais de 32 partidos políticos legalmente instituídos, e 28 deles com representação em seu Congresso Nacional, e todos eles a exigir um naco de poder para apoiar o governo, terá que passar por negociatas, e a partir de então, só nos restará esperar pelos escândalos que inevitavelmente ocorrerão. 

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