Há muito a ser feito no nosso país, mas o mínimo de paz, vem em primeiro lugar.
A democracia tem como primeiro objetivo o estabelecimento de uma convivência razoavelmente pacífica entre as pessoas que pensam e agem diferentes. Nos regimes autoritários, ou mais precisamente, nas ditaduras, seus indivíduos ainda que pensem democraticamente não podem agir consoante suas próprias convicções.
A propósito, todas as democracias dignas desta denominação, são conduzidas por representantes escolhidos pelo conjunto de cada sociedade, logicamente pela sua maioria e sempre seguindo regras previamente estabelecidas. Importante: nas democracias os detentores de poder não se eternizam, apenas portam mandados com prazos fixos e determinados.
No nosso país o apego ao poder não raramente tem prejudicado, e muito, a consolidação da nossa democracia, porquanto findo os prazos para se manterem no exercício do poder, visando suas substituições sempre patrocinam candidaturas que sejam alinhadas as suas pretensões políticas. Para tanto os detentores de poder, e em todos os níveis, usa e abusa da própria máquina pública em favor de si e/ou de seus candidatos, independente da nossa legislação considerar este comportamento como crime, no que é perfeitamente compreensível, afinal de contas, quem busca eliminar seus opositores não pode se considerar um democrata.
Lamentavelmente, como resultado das últimas eleições, resultante de um processo que vinha bastante polarizado, e não do ponto de vista partidário, e sim, pessoal, o bolsanarismo e o lulismo continuou, e de forma cada vez mais acentuado, em absoluto desrespeito as nossas eleições.
Se a virtude encontra-se no meio, conforme previu o filósofo Aristóteles, e não nos extremos, estamos numa travessia, já bastante alongada, de um radicalismo nunca visto em nossa história, e em razão da internet, e a alimentá-lo, as chamadas redes sociais estabeleceram um mundo sem leis, no qual, os assassinatos de reputações, mutuamente, ficam por conta dos chamados bloqueiros em suas redes sociais.
Não se trata de censura, mas se a linguagem dos internautas, sobretudo daqueles que se imaginam formadores de opinião não for regulamentada o nosso futuro será trágico.