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A eleição de João Dória para prefeito de São Paulo realçou, cada vez mais, a falência do nosso sistema.     

A eleição do prefeito da cidade de São Paulo, João Dória, para os recalcitrantes que ainda imaginam que o pior ainda está para acontecer no nosso ambiente político, era o que faltava para comprovar a podridão do nosso regime, e na forma que adotamos, sem dúvidas, o pior do mundo, qual seja, o nosso presidencialismo de coalizão, justamente por sê-lo baseado numa estrutura partidária disfuncional e, como conseqüência, vulnerável à corrupção. Portanto, ao tempo que o parabenizo, espero que ele tenha força para resistir às malandragens que imperam no ambiente político, e com as quais, terá que conviver.      


À propósito, no decorrer de toda a sua campanha, onde quer que se fizesse presente, portanto, ainda candidato, João Dória fazia questão de dizer que não era político, embora sendo, afinal de contas, não fosse sua filiação partidária, sequer candidato ele seria.      

Ainda sobre sua surpreendente e espetacular vitória: nem os nossos mais experimentados analistas políticos e nem os nossos mais qualificados institutos de pesquisas conseguiram antevê-la. Diria até, nem ele próprio e nem o seu padrinho político, o governador Geraldo Alckmin, esperavam merecedores de tamanha satisfação, menos ainda, em primeiro turno, algo jamais visto em nenhuma das disputas pela prefeitura de São Paulo.  

Por esta e outras razões, entre os mais de cinco mil prefeitos, recém-eleitos, sua eleição se transformou no centro das atenções dos tantos quantos continuarão se preocupando com o aperfeiçoamento da nossa atividade política, e em se tratando da cidade São Paulo, a mais importante do nosso país, a eleição do seu prefeito, de pronto, transformou-se na principal referência do mais recente pleito.       

Se pedagógica vier ser, e esperamos que sim, a eleição do prefeito João Dória terá sido o que de melhor poderemos extrair da sua mais recente disputa, desde que ele não venha aderir aos vícios do nosso sistema.     

Não fosse assim, jamais teríamos chegado ao ponto de termos no nosso Congresso Nacional parlamentares de 28 partidos políticos, esta sim, a causa preponderante do apodrecimento, não apenas político, sobretudo moral, do nosso sistema. Neste particular, a fragmentação partidária da Câmara Municipal de São Paulo, e com a qual o prefeito João Dória terá que conviver, será o seu primeiro e mais desafiador teste.    

Se os 55 vereadores eleitos para a Câmara Municipal de São Paulo derivam de 19 partidos diferentes, se para conseguir montar a sua base de sustentação parlamentar tiver que entregar pedaços da máquina púbica que lhes fora confiado para usufruto dos vereadores, com certeza, sua derrocada será inevitável.  

Particularmente, prefiro crer que o prefeito João Dória não irá se somar aos políticos que empobreceram aquela que deveria ser a mais nobre de todas as nossas atividades, no caso, a política. 

Por fim: Só em já ter declarado que não será candidato a reeleição, já foi um bom começo.  

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