Com a bagunça partidária que temos a nossa democracia jamais se consolidará.
A qualidade de uma democracia depende fundamentalmente de sua estrutura partidária, de partidos políticos consolidados, melhor ainda, se históricos. Exemplificaríamos: o Reino unido e o EUA. Não que estas já tenham alcançado seus graus máximos de perfeição, posto que, a democracia é sempre uma obra em permanente construção. Winston Churchill assim a definiu: o pior dos regimes com exceção de todos os demais.
A despeito de alguns reparozinhos que já foram feitos na nossa legislação eleitoral, ainda assim, a legislatura 2023/2036, constará com congressistas pertencentes a aproximadamente 20 partidos distintos. Resultado: ou os detentores de mandados executivos: presidente da República, governadores e prefeitos se submetem aos já tradicionalíssimos conchavos ou não conseguem governar, e em caso extremo, são postos no olho da rua. Os ex-presidentes Fernando Collor e Dilma Rousseff estão aí para comprovar.
Nossa legislação política é simplesmente ridícula. Exemplo disto tem sido recorrentemente dado pelo cidadão José Maria Eymael, já seis vezes candidato à presidência da nossa República, e na que conseguiu o melhor desempenho eleitoral sequer alcançou 1% dos votos nacionais. Seu partido, DC-Democracia Cristão, não conta com um único representante no nosso Congresso Nacional.
Na mais recente eleição, a deste ano de 2022, o PTB, partido que tem no seu comandado um dos piores políticos da toda a nossa historia, no caso, Roberto Joferson, de última hora, este lançou a candidatura de um falso padre, de nome, Kelmon, para entrar na nossa disputa presidencial, e mesmo assim a nossa legislação não teve como detê-lo.
Presentemente, com registro no TSE-Tribunal Superior Eleitoral já consta a existência de quase meia centena de partidos políticos, e na fila, esperando sua vez, outra meia centena, e em sua grande maioria, dispostos a funcionarem como micro-empresas e a serem financiados com os nossos já minguados recursos públicos.
Em quase todos os segmentos da nossa vida em sociedade, urge que sejam feitas as mais diversas reformas, mas nenhuma delas se faz mais urgente e necessária que a da nossa estrutura político-partidária-eleitoral, isto porque, todas as demais dependem desta.
Em permanecendo a legislação que esta aí, a exemplo do que aconteceu este ano, perderemos a capacidade de realizarmos as nossas próprias eleições como democraticamente devessem ser.