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Seriamente ameaçado

O FIES não foi criado para atender os interesses mercantis das nossas fabriquetas de doutores.   

O Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) é um programa do Ministério da Educação (MEC) destinado à concessão de financiamento a estudantes regularmente matriculados em curso superiores presenciais não gratuitos e com avaliação positiva nos processos conduzidos pelo MEC. Justamente, pela falta de avaliações, o FIES resultou num fracasso.      

À despeito dos seus relevantes propósitos, devido a sua má e irresponsável gestão, o FIES já se tornou financeiramente insustentável. De mais a mais, seus baixíssimos resultados, ou seja, o que se convencionou chamar de custo/benefício não poderia ser mais decepcionante. Conclusão:  para não ser extinto o FIES precisa ser submetido a uma ampla e radical mudança. Do contrário, seus dias estão contados.     

Nada justifica que em apenas seis anos de vida o FIES já tenha torrado  mais de R$-50,00 bilhões, enquanto os alunos diplomado nas mais diversas categorias profissionais pela maioria das nossas faculdades particulares, notadamente àqueles financiados pelo FIES, sequer adquirem os conhecimentos minimamente necessários para o exercício da profissão correspondente aos seus respectivos diplomas. Vide os milhares de advogados que não conseguem ser aprovados no exame da OAB. O mesmo certamente ocorreria com os formando das demais profissões, se igual exigência fosse feita. A provar que sim, o presidente do Conselho Federal de Medicina, Dr. Carlos Vital, chegou a declarar que a maioria dos médicos que estão sendo são formados em muitas das nossas escolas de medicina  sequer sabem diagnosticar uma simples pneumonia.        

Foi-se o tempo que a apresentação de um diploma de superior de ensino era o bastante para o seu portador encontrar as portas abertas no mercado de trabalho. Presentemente, os diplomas expedidos pelas determinadas faculdades, como uma cédula de R$-14,00 não merece a menor confiança. 
Jamais a seleção dos alunos a serem financiados pelo FIES deveria ter ficado por conta das próprias faculdades particulares. Esta liberalidade, demasiadamente grotesca e irresponsável, acabou transformando alunos em clientes, e por sua vez, as faculdades particulares, em estabelecimentos prioritariamente comerciais. Jamais o FIES poderia ter permitido tamanho absurdo, até porque, a partir de então, segundo a lógica “mais cabra mais cabritos”, e por analogia, “quanto mais alunos mais faturamentos”, aumentar suas respectivas clientelas tornou-se o objetivo central da grande maioria das nossas faculdades particulares, salvo honrosas exceções.    

Não apenas perante o MEC, sobretudo, perante seus alunos, as faculdades particulares que não cumpriram com a principal de suas obrigações, no caso, o indispensável preparo dos seus alunos para o exercício de uma determinada categoria profissional, precisam ser chamadas à responsabilidade, no mínimo, a continuarem preparando seus alunos até que eles adquiram os conhecimentos correspondentes aos diplomas que lhes foram conferidos. E a custo zero. Mercadologicamente falando-se: a entregarem a mercadoria.  

Se desde a sua origem o FIES tivesse sido razoavelmente avaliado pelo MEC, com certeza, as fabriquetas de doutores não teriam proliferado. 

 

 

 

 

 

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