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Prometeram e cumpriram

           A despeito das crises, o governador Tião Viana e o prefeito Marcus, positivamente, nos surpreenderam  

 O que seria uma das mais elementares obrigações dos nossos governantes, surpreendentemente, acabou se transformando num ato heróico. Reporto-me ao fato do governo Tião Viana e do prefeito Marcus Alexandre, despedirem-se de 2016, cumprindo àquela que seria a principal, entre todas as suas responsabilidades, no caso, pagando dos salários de seus funcionários, inclusive, o 13º.   

Eu, particularmente, em razão das crises que o nosso país vinha e continua enfrentando, inquestionavelmente, as maiores e piores de toda a nossa história, não apostaria todas as minhas fichas que fossem capazes de realizá-los, tampouco que realizassem, até porque, como dizia Nelson Rodrigues: “quem tem sorte consegue atravessar o mundo e quem não tem, por vezes, sequer consegue atravessar uma rua”, e quando se junta competência, responsabilidade e sorte, quase tudo se torna possível.       

Caso não cumprissem, desculpas não faltariam, algumas delas razoavelmente compreensíveis, até porque, se a desgraça acaba servindo para alguma coisa, quanto maior for uma crise, maiores são as chances para quem precisa se desculpar. Basta socorrer-se delas. 

Se vários dos nossos atuais governadores, assim como, milhares de prefeitos, os que se vão logo mais e os que foram reeleitos, Brasil afora e aqui no Acre, aguardam a meia noite do próximo dia 31 para se despedirem de 2016, responsabilizando-o pelos seus insucessos, ao invés do ano velho, o governador Tião Viana e o prefeito Marcus Alexandre, muito provavelmente, estarão mais focados no nascente a de 2017, e do velho, sofrido e doído 2016, apenas torcendo que suas dificuldades não se repitam. 

Quem diria que o Estado do Rio de Janeiro, por sua importância política e econômica, ainda por cima, detentor de uma bilionária reserva petrolífera a irrigar as suas receitas, viesse passar pelo vexame que está passando, à ponto do seu governador, Luiz Fernando Pezão, vir a público para anunciar que os salários dos seus funcionários correspondentes ao mês de novembro/2016 só serão pagos a partir da segunda quinzena de janeiro/2017, justamente, quando se encontra instalado na presidência da República o peemedebista Michel Temer, do seu próprio partido? Por tamanha sofreguidão os cariocas e fluminenses jamais esperou. 

Não apenas o Estado do Rio de Janeiro, mas duas outras potências da nossa federação, se é que assim podemos considerá-las, se encontram em apuros, no caso, o Estado do Rio Grande do Sul e o das Minas Gerais, pois nestas, os seus funcionários, tristemente, continuam aguardando a divulgação do calendário de pagamento dos seus salários e sem grandes esperanças que isto possa acontecer, à curto prazo.   
Não tão felizes quanto pretendíamos e até merecíamos, ainda assim, o governador Tião Viana e o prefeito Marcus Alexandre evitaram que a tristeza e a desesperança contagiassem as nossas festas natalinas. 

Concluindo: quando o ideal não é possível o possível se torna ideal.  

 

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