Colunistas

O que vivenciamos

                                    Deus limitou nossa inteligência, mas se esqueceu de fazer o mesmo com nossa ignorância.

               A expressão que encabeça este artigo não é de minha autoria, mas de tanto ouvi-la decidi reproduzi-la. Daí não me surpreender quando o historiador britânico, Peter Burke, autor do best-seller “A Era da Ignorância” haver se dedicado a tão importantíssimos assuntos: as “fake news” e as pós-inverdades.

            Há anos cheguei o ler um livro do professor da Universidade de Chicago, Hohn Mearsheimer, intitulado “Toda a verdade sobre as mentiras” e cheguei à seguinte conclusão: as mentiras, na pós-modernidade, ganharam uma dimensão ainda maior e, portanto, carecem ser combatidas.

          Quando o nosso imortal Machado de Assis sentenciou que a mentira é tão involuntária como a respiração, por certo, não pretendeu defender a mentira, mas chamar a atenção sobre as perversidades que as mesmas poderiam provocar.

        Até que seja literalmente desacreditado, e isto acontece mesmo quando os mentirosos se redimem e passa a dizer a verdade, assim tem sido o fim de todos eles.

        Lamentavelmente, com o avanço da tecnologia, ou mais precisamente, da internet, as portas do mundo se abriram para os mentirosos. Diria até: quanto mais maldoso são, mais facilmente o mercado de trabalho os tem acolhido.   

       A confiança leva anos para ser construída, segundos para ser quebrada e uma eternidade para ser reparada. Pense bem: se você diz uma verdade, ela se tornará parte do seu passado, mas se você diz uma mentira ela se tornará parte do seu futuro.

      Entre todas as atividades humanas, àquela que tem sido mais prejudicada com a mentira tem sido a atividade política, tanto tem sido assim que os nossos políticos, não raramente, são rotulados de mentirosos profissionais.

         Pior ainda: a mentira vem sendo abundantemente usada como método para o estabelecimento da nossa legislação e para as nossas governanças. Para tanto bastaria que avaliássemos a precariedade da nossa educação pública e a que nos tem sido ofertado. O mesmíssimo tratamento ocorre com a nossa saúde pública e a nossa segurança pública.

         Se realmente deveríamos ser o país do futuro, tamanha as nossas riquezas naturais, a ausência de verdades dos nossos representantes políticos só tem nos arrastado para um passado de triste memória.

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