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Perigo à vista


O ex-deputado federal, Eduardo Cunha (PMDB), é o único, entre os presos da Lava-Jato, mantido numa solitária.

    A diferença entre o possível e o provável depende basicamente do grau de probabilidade que uma determinada coisa possa acontecer. Mas entre uma e outra, há que se ter em mente que determinadas coisas são absolutamente impossíveis de acontecer, enquanto outras, basta que suas condições objetivas já tenham sido alcançadas.   
Assim sendo, nada mais precisará acontecer para que ocorra uma provável delação premiada do ex-deputado federal Eduardo Cunha, até porque, nada mais lhes restará, entre todas as alternativas, possíveis, prováveis e até imaginárias, que possa minorar sua terrível sofreguidão, diria até, o inferno que ele está vivendo. 
Preso, e na condição de um criminoso de altíssima periculosidade, sem sequer ter a oportunidade de dar “um bom dia” ao seu vizinho de cela, para quem, nos últimos anos tinha tudo o que queria, a tempo e a hora, e se encontra falando com as paredes, e em sendo verdade que Eduardo Cunha dispõe de um arsenal com capacidade para destruir meio mundo, particularmente, a banda que imaginava liderar e que lhes assegurava total e absoluta fidelidade, e em troca, assistiu a cassação do seu próprio mandato, pelo acachapante placar de 450 votos a favor e apenas 10 contrários, a partir da referida votação, muito provavelmente, Eduardo Cunha já tem pronto e preparado, o que certamente irá dizer quando estiver no confessionário da Lava-Jato. Engana-se que pensar ao contrário. 
Entre os anos 2012 e 2016, e em toda a história da Câmara dos Deputados, nenhum outro deputado federal conseguiu construir uma carreira parlamentar tão exitosa. Primeiro se fez presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante comissão da Câmara dos Deputados. Em seguida se fez líder do PMDB, o partido detentor da maior bancada na Câmara dos Deputados, e por fim, se fez presidente da Câmara dos Deputados, este por sua vez, o seu mais extraordinário feito, até porque, para tanto, teve que derrotar, já em primeiro turno, dois outros candidatos, um apoiado pelo próprio Palácio do Planalto e outro apoiado pela aliança PSDB/PSB. 
Para quem passou por tão importantíssimas funções, e acima de tudo, tendo atingido-as por vias heterodoxas, por certo, muita coisa ele terá a dizer, e o mais importante, a sociedade brasileira precisa tomar ciência. À propósito, o seu prestígio e o seu poder chegou a tal ponto, que a bancada do Cunha chegou a ser considerada como a maior bancada parlamentar Câmara dos Deputados. 
Por estas e outras, se o ex-deputado federal Eduardo Cunha deseja falar, será ainda mais importante que a Lava-Jato se predisponha a ouvi-lo, até porque, ninguém mais ele sabe revelar o que aconteceu, nos últimos anos, no sub-mundo da nossa atividade política.   

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