No vale tudo pelo poder as democracias têm se tornado as suas primeiras vítimas.

           O verdadeiro caráter de um homem irá se manifestar quando lhe for delegado poderes, pois quando tiveres o destino de outros à sua mercê, é chegado à hora de avaliar que tipo de animal habita o seu ser.

          A conquista pelo poder quando disputada a base do vale tudo jamais trará bons resultados, isto porque, quando não, as feridas que ficaram abertas, ou as suas cicatrizes, nos conduzem a um passado de tristes memórias.  

          Nas democracias que se prezam a conquista pelo poder se dá através da manifestação popular de suas respectivas populações e quando os seus resultados não são observados quase sempre dão origens as mais variadas crises.

        Jamais incluiria o Brasil como um país que esteja vivendo em perfeita harmonia com os mais elementares princípios de uma democracia. Decerto uma coisa: muito haverá que ser feito para que tenhamos a democracia dos nossos sonhos.

       Presentemente, estamos numa travessia bastante delicada, afinal de contas, os resultados das nossas mais recentes eleições não trouxeram os resultados que seriam esperados. A provar que sim, basta que levemos em consideração a polarização ora existente no seio de nossa sociedade, quando a nossa própria legislação não prevê a realização de um 3º turno.

       Eleito com a promessa de pacificar o nosso país o presidente Lula não tem conseguido os seus intentos, e ao que todo nos faz crer, assim tem reagido os seus adversários. Isto não pode e nem deve continuar.

       Levado ao paroxismo, a nossa sociedade encontra-se dividida entre esquerda e direita, e sendo mais preciso, levadas aos seus extremos. Partindo-se da premissa que a virtude encontra-se no meio, por certo, não chegaremos a bom termo.

        Creio na liberdade como a essência da nossa e de qualquer democracia, conquanto utilizada com a devida responsabilidade, jamais como um direito absoluto, posto que, nada na vida é absoluto a não ser o absoluto direito de que tudo é relativo. 

       Quando o ódio toma conta da nossa atividade política, e no nível em que nos encontramos, o nosso futuro fica cada vez mais comprometido, e ao mesmo tempo, a nossa democracia fica impossibilitada de alcançar seus reais objetivos.