Assim sendo, a cada dia uma nova agonia.
Como somos submetidos a um regime político/administrativo/jurídico que, dia após dia, já vinha se revelando inoportuno e impraticável, e como pouco ou nada fora feito no sentido de desviá-lo de tão perigosa caminhada, nosso destino não poderia ser outro que não o caos. Desta feita, é de se esperar, para o bem de todos e a felicidade da nossa Nação, que uma nova ordem seja instituída, até porque, de crises e crises, acabamos chegando ao mais delicado e perigoso período de nossa história.
Que o ano de 2016 se vá, e para nunca mais voltar, é o que, a primeira vista, ainda nos resta como derradeira esperança, até porque, da beira do caos ao despenhadeiro, só está faltando um empurrãozinho. Precisamos sim, entrar em 2017 tendo ciência que ninguém pode voltar atrás e fazer um novo começo, mas que podemos recomeçar para obtermos um novo fim. É isto que nos resta como saída para as nossas crises
De que estofo serão feito os brasileiros que, por motivos pessoais, tentaram afogar a nossa Pátria em males tamanhos. Com esta expressão, indignadamente, o ex-presidente Epitácio Pessoa reagiu às crises do seu tempo. Esta expressão data do início dos anos 20 do século passado e continua aplicável aos dias atuais, e a nós, brasileiros, particularmente. Até aos estadunidenses também, até porque, a surpreendente eleição do seu presidente, Donaldo Trump, sem dúvidas, já está inspirando cuidados.
Se a solução de um problema começa, necessariamente, por reconhecer a sua existência e suas conseqüências, e se neste particular já há um consenso estabelecido, basta que sejam tomadas as providências no sentido de detê-las, e a seguir, pô-las em prática, logicamente, ministrando-as no tempo certo e nas dosagens certas, do contrário, o que se imagina como remédio poderá se transformar num veneno.
Se ultimamente a crise econômica alimentava a crise política, e reciprocamente, a ponto de ter se tornado imperativo o afastamento, via impeachment, da presidente Dilma Rousseff, como condição “sine qua non” para o surgimento de um novo recomeçar, pois foi assim que idéia fora repassada ao conjunto da nossa sociedade e assim foi entendida, lamentavelmente, continuamos a testemunhar à repetição das velhas e velhacas práticas que já vinham se arrastando desde a instituição da nossa República. A propósito, já nos seus primeiros dias de vida, Ruy Barbosa chegou a dizer: “esta não é a República dos meus sonhos”.
Não que os culpados devam ser esquecidos, até porque, seus erros precisam ser lembrados, e em sendo o caso, devidamente punidos. Neste sentido, assim se pronunciou o ex-presidente dos EUA, John F. Kenedy: não vamos tentar consertar a culpa do passado, vamos primeiramente aceitar nossas responsabilidades com o futuro. Esta deve ser a nossa prioridade.
Se as nossas crises de natureza política já motivavam sérias preocupações, com certeza, pior ficará, se ao invés de sua arbitragem o nosso poder judiciário passar a fazer parte dos problemas e não de suas soluções.