Mesmo a liberdade, um dos nossos mais consagrados direitos tem seus limites: as leis.
Jean-Paul Sarte assim definiu o que vem a ser a liberdade: “Ser-se livre não é fazermos aquilo que queremos, mas querer-se aquilo que se pode”. Assim sendo, jamais poderemos considerar a liberdade como um direito absoluto, pois quem assim procede, não raro, ignora as liberdades dos outros.
Nas democracias são as suas leis que limitam o que denominamos de liberdade e ao mesmo tempo põem freios naqueles que confundem liberdade com libertinagem. Apenas nas ditaduras os direitos abundam para uns e inexistem para outros.
Os acontecimentos que surgiram no curso da recente disputa eleitoral, e em particular, após a divulgação dos seus resultados, em muito tem prejudicado a nossa própria democracia e mais prejudicada se tronará, se os eleitos, sobretudo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não priorizar o fortalecimento da nossa democracia.
De antemão precisamos testemunhar a independência e a harmonia entre os nossos três poderes: o executivo, o legislativo e o judiciário, conforme determina o artigo 2º da nossa constituição. Embora a intolerância política não seja uma percepção exclusivamente nossa, pois tem acontecido em vários países do mundo, urge que nos tornemos cada vez mais tolerantes. Para tanto bastaria que o lulismo e o bolsonarismo parassem de alimentar as nossas constantes gravíssimas crises.
O que aconteceu no dia 8 de janeiro último colocou o nosso país na condição de mais uma republiqueta, entre as tantas existentes no nosso continente latino-americano e certamente representou na mais grave ameaça já sofrida pela nossa democracia.
A gestão do presidente Jair Bolsonaro é coisa do passado e dos seus erros e acertos resta-nos tirarmos as devidas e indispensáveis lições, e do presidente Lula, que sua disposição seja a de reunificarmos.
Que os radicais da ultra direita, figuras presentes entre os bolsonaristas não sejam substituídos pelos radicais da ultra-esquerda e passem a ter voz e vez no governo do presidente Lula, pois em isto acontecendo, o nosso país jamais recuperará o prestígio que já havia alcançado. A propósito, chegamos a ser a 6ª maior economia do mundo e ora amargamos o 12º lugar.