As eleições presidenciais de 2018 não guardarão nenhuma relação com as eleições deste ano. A ver!
Se os nossos analistas políticos, sobretudo, àqueles que ocupam os melhores e mais destacados espaços da nossa grande imprensa se detivessem aos fatos, ou mais precisamente, a história das nossas eleições, em seus prognósticos, não mais relacionariam os resultados das eleições municipais, ainda inconclusas, com as eleições presidenciais de 2018. Lamentavelmente, mais até que das vezes anteriores, eles já se apressaram à relacioná-las. E por que não? Entre outras coisas, porque o nosso histórico eleitoral, teimosamente, vem demonstrando a inexistência de tal correlação. Vide a eleição de Collor e a de Lula.
A eleição do presidente Fernando Collor, a primeira eleição direta ocorrida após a nossa redemocratização, por si só, bastaria para negar a existência de tal correlação, até porque, do seu partido, Fernando Collor só precisou usar sua sigla, afinal de contas, nada mais que sua sigla o tal PRN poderia oferecê-lo.
Diga-se mais: Fernando Collor chegou a presidência da República derrotando as mais expressivas e celebradas lideranças do nosso país, entre elas, a se destacar, o saudoso Ulisses Guimarães, do PMDB, à época, o partido que detinha a maior e melhor estrutura partidária do nosso país, em número de vereadores, prefeitos, deputados estaduais, deputados federais, senadores e governadores. Ademais, na mesma disputa foram derrotados Mário Covas, Leonel Brizola, Paulo Maluf e Lula, entre outros.
Sem dúvidas, a eleição do seu afilhado, João Dória, à prefeitura de São Paulo, foi o que de melhor poderia acontecer às pretensões do governador Geraldo Alckmin, mas tão somente, no sentido de viabilizar a sua candidatura pelo PSDB, mas o mesmo não se poderá dizer em relação ao próprio, PSDB, até porque, a eleição do prefeito João Dória, de cara, só fez acirrar, ainda mais, a guerra intestina que já vinha sendo travada entre o próprio Geraldo Alckmin, Aécio Neves e José Serra.
A propósito, retirar do senador Aécio Neves o predomínio que exerce no diretório nacional do PSDB, passou a ser o principal objetivo do governador Geraldo Alckmin, e de certo modo, do senador José Serra, do contrário, o candidato do PSDB será o próprio Aécio Neves, a não ser, que este venha ser alçado pela “Operação Lava-Jato”.
Se a composição do diretório nacional do PSDB for mantida, por sê-la amplamente favorável a candidatura Aécio Neves, restará ao governador Geraldo Alckmin partir para a execução do seu plano “B”, qual seja, abandonar o PSDB e ser candidato pelo PSDB. Sobre a hipotética candidatura do senador José Serra, seu plano “B” seria sua candidatura pelo PMDB, mas para tanto, teria que aguardar no que resultará governo Michel Temer, do seu sucesso, da sua não candidatura a reeleição e do seu apoio.
Os nossos comentaristas políticos precisam cair na realidade, diria até, falar sério, até porque, não serão os seus falsos prognósticos que irão influenciar na eleição do nosso futuro presidente, por mais que torçam.
Neste particular chego a crer, embora não torcendo para que tal coisa aconteça, com o que disse o ex-presidente FHC: a luta pelo poder poderá resultar na eleição de aventureiro a presidente, nas eleições de 2018.