Deter o descontrole das nossas contas públicas é antes de tudo, uma questão de vida ou morte.
A continuar como vínhamos vindo, com as nossas contas públicas absolutamente descontroladas, e ainda por cima, com os nossos governantes, e em todos os níveis, por vezes voluntariamente, e não raro, compulsoriamente, gastando o que não deviam e nem podiam, com certeza, nosso destino será o caos, e no curto prazo. É por assim entender que apoio, não apenas a aprovação da PEC-241, como a aprovação de uma série de outras emendas constitucionais que tenham como objetivo o equilíbrio das nossas finanças públicas.
Neste sentido, cumpre-me louvar a sua equipe econômica, o presidente Michel Temer e os 366 deputados federais que votaram a favor de sua aprovação, ao tempo em que espero que a mesma seja aprovada quando submetida a segunda votação na Câmara dos Deputados. Dos nossos senadores, esperamos igual comportamento. Do contrário, e contrariando Tiririca, “pior do que estar, ainda poderá ficar”.
Não que a PEC-241, de pronto, seja o remédio que estava faltando para curar todas as doenças que estariam afetando o desequilíbrio das nossas contas públicas, e sim, porque a gravidade da nossa enferma economia é de tal ordem que ainda demandará bastante tempo e a tomada de várias outras providências para que venhamos sentir os primeiros sinais de recuperação da nossa economia.
Que a PEC-421 resultou de um competente e responsável diagnóstico e que fora elaborado com o devido e necessário espírito público, é fato. Entretanto, para que seus primeiros resultados sejam sentidos, o conjunto da nossa sociedade precisa ser convencido que antes dos benefícios que advirão da sua aprovação ainda lhes será cobrada uma cota adicional de sacrifícios. Mas tanto, que as cobranças devem ser mais severas entre aqueles que se encontram no topo de nossa pirâmide social, e mais branda, daqueles que se encontra em sua base, até porque, a verdadeira igualdade consiste em tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais.
Mais que da PEC-421, o saneamento das nossas contas públicas depende da aprovação de outras PECs, entre elas, a da previdência social, afinal de contas, o Estado brasileiro já perdeu, completamente, as condições de continuar financiando os seus recorrentes e bilionários déficits. À propósito, a PEC que prevê a reforma do nosso sistema previdenciário se constituirá na prova de fogo do governo do presidente Michel Temer, bem como, a oportunidade que ele terá para testar a fidelidade de sua base de sustentação política.
Caso consiga aprovar a PEC da previdência social, aí sim, o presidente Michel Temer adquirirá a autoridade política para aprovar as demais reformas constitucionais que seus antecessores não foram capazes de viabilizá-las, e quem sabe, querendo ou não, em 2018, será candidato a reeleição, mesmo que a conta-gosto dos tucanos.