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Briga de gigantes

A luta dos presidenciáveis tucanos, com vistas às eleições de 2018, será do tipo arrasa quarteirão. 

Mesmo derrotado, Aécio Neves saiu da disputa presidencial de 2014 podendo cantar de galo, afinal de contas, em tendo conseguido chegar ao segundo turno, quando tudo sugeria o contrário, e a conseqüente e acirrada disputa com a então candidata Dilma Rousseff (PT), em muito contribuiu para que o seu nome ganhasse visibilidade, e a partir de então, ele passou a dar como certo que na disputa presidencial de 2018, por aclamação, que seria o candidato dos tucanos.  

Ledo engano, até porque, no ninho dos tucanos, a espécie que nunca faltou foi a dos pré-candidatos à presidência da República. Diria até, abundam. Desta feita, em sua caminhada rumo a sua candidatura presidencial, em 2018, Aécio Neves já se defronta com duas pedras no seu caminho. Reporto-me aos também pré-candidatos Geraldo Alckmin e José Serra, dois tucanos dotados de abundantes plumagens e bicos duríssimos.  
Se dependesse da igrejinha do PSDB, ou mais precisamente, dos integrantes do seu diretório nacional, a preferência seria pela candidatura Aécio Neves. Ocorre que, eleitoralmente falando-se, o atual governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, também candidatíssimo, encontra-se a léguas de distância do próprio Aécio Neves, e mais distante ficou, desde a divulgação dos resultados das recentes eleições municipais. À propósito,  enquanto o governador Geraldo Alckmin conseguiu eleger o prefeito da cidade de São Paulo, João Dória, já em primeiro turno, algo nunca visto em nenhuma das disputas pela prefeitura da referida metrópole, muitíssimo à contra-gosto, Aécio Neves amargou a derrota do seu candidato, João Leite, na disputa pela prefeitura de Belo Horizonte, a capital das Minas Gerais, o Estado que por longos oito anos houvera governado.     

Em relação ao presidenciável, José Serra, se engana quem pensar que, mansa e pacificamente, ele desistirá de sua candidatura, até porque, com seus 76 anos idade, até biologicamente, ele tem ciência que a disputa presidencial de 2018 será a derradeira oportunidade e que não disporá de  outra oportunidade para chegar a presidência da República.   

Portanto, é bastante improvável que o referido trio mantenha-se ombreado na próxima disputa presidencial. Separado, muito provavelmente. Geraldo Alckmin, por exemplo, no instante em que pressentir que será rifado pelos caciques do PSDB já tem para onde ir, e mais que isto, que o PSB o receberá de braços abertos. Quanto ao eternamente presidenciável, José Serra, não se tem por certo o que está passando por sua cabeça, a não ser, que continuará tentando viabilizar-se, especula-se até que poderá migrar para o PMDB, se esta vier ser a última chance que lhes restar a fim emplacar a sua candidatura.  

Dizem que no Brasil, os anos ímpares, ou seja, sem eleições, são politicamente amenos, entretanto, para os tucanos, 2017 será o mais atritado, afinal de contas, a luta destes três gigantes, se é que assim podemos dizer, será do tipo arrasa quarteirão. 

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