O PMDB se move na direção dos ventos, ou mais precisamente, de onde estiver o poder.
Em menos de 30 anos, em três períodos distintos e com características distintas, o PMDB conseguiu chegar à presidência da República, e sempre em condições especialíssimas, ou seja, em decorrência dos impedimentos dos presidentes eleitos. À propósito, nas duas únicas vezes em que os peemedebistas disputaram à presidência com candidatura própria, seus candidatos obtiveram resultados simplesmente desastrosos, a exemplo do que aconteceu com Ulisses Guimarães, em 1989, e com Orestes Quércia em, 1992.
Independente de suas derrotas, o PMDB sempre esteve no poder, até porque, as conseguir eleger as maiores bancadas, na Câmara dos Deputados e no Senado, de pronto, tem se transformado no parceiro preferencial e indispensável de todos os nossos presidentes, independente do partido que vissem pertencer.
O “ninguém governa o nosso país sem o apoio do PMDB” já se tornou num mantra para os peemedebistas, e em troca, vários dos mais importantes gabinetes da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, sempre estiveram sob o comando dos peemedebistas.
Sarney esteve no exercício da presidência da República por longos cinco anos em razão da precária saúde e da conseqüente morte do presidente eleito. Ironia das ironias: o então senador José Sarney havia acabado de deixar a presidência da ARENA, partido que dava sustentação política à agonizante revolução de 64, filiou-se ao PMDB e tornou-se o vice de Tancredo Neves, cuja morte privou-o até mesmo de tomar posse.
Quando do impeachment do então presidente Fernando Collor, o peemedebista Itamar Franco, seu vive, também chegou à presidência da República. Ultimamente, em razão do impeachment da então presidente Dilma Rousseff, seu vice, Michel Temer, tornou-se o terceiro peemedebista a chegar à presidência da República. Resultado: em menos 30 anos, sem às bênçãos das urnas, três peemedebistas conseguiram chegar à presidência da República.
Outra esquisitice: entre todos os países regidos pelo sistema presidencialista de governo, somente o Brasil conseguiu levar a cabo o impeachment de dois presidentes, e ao que tudo está nos levando a crer, ainda que o presidente Michel Temer venha se livrar do processo que ora responde junto ao STF-Supremo Tribunal Federal, o que parece bastante difícil, não tardará ao “fora Temer” tomar conta das nossas ruas, e quem sabe até, por se encontrar politicamente fragilizado, não resista a um processo do seu próprio impeachment.
Para os petistas, o que está acontecendo com o presidente Michel Temer, vem a calhar com a tal volta do cipó de arueira, e mais ainda, se o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, fizer com o próprio Michel Temer, o que pare que já está fazendo, o que ele fez contra a então presidente Dilma Rousseff.