Quando Donaldo Trump fez o que fez não nos surpreendeu o que Jair Bolsonaro acabou fazendo.
De uma democracia exemplar como a dos EUA seria impensável que alguém que houvesse chegado a sua presidência ousasse fazer o que fez o ex-presidente Donald Trump, isto porque, as chances de suas sandices serem exitosas simplesmente inexistiam.
Decerto uma coisa: a turba que invadiu o Capitólio estava sob seu comando. Poderia existir outros cúmplices, e certamente existiam, mas Donald Trump era o principal interessado. Cá entre nós, igualmente, o ex-presidente Jair Bolsonaro assim poderia ser considerado.
Como toda investigação que se preza começa fazendo o seguinte questionamento “a quem interessa o crime” nos EUA o mais interessado era o próprio Donald Trump.
As democracias não morrerão, embora não tenha faltado quem tente agredi-la, e no nosso caso, desde a eleição do presidente Jair Bolsonaro, e esta foi à origem de todos os seus erros, que o próprio, em sendo derrotado quando buscasse sua reeleição seria capaz de tudo, inclusive de tramar um golpe de Estado, e de forma repleta de estultícias.
Ao não reconhecer a sua derrota e manter-se silencioso nos 60 dias que ainda restavam do seu mandato, nunca um silêncio foi tão eloqüente e explicativo quanto o praticado pelo presidente Jair Bolsonaro e isto no curso do seu mandato.
Sem ter conseguido êxito em nenhuma das suas ações contrárias a nossa democracia, quando menos se esperava veio o dia 8 deste mês em curso e em seguida a mais trágica de suas ações, estas surgidas exatamente na capital do nosso Brasil, na qual se encontra as sedes dos nossos três e únicos poderes legalmente instituídos.
Dos EUA onde se encontrava numa condição assemelhada a de fugitivo, o ex-presidente Jair Bolsonaro jamais imaginou que ao fim e ao cabo de sua desastrosa gestão que a nossa democracia se tornasse tão fortalecida e tão valorizada e que a independência e a harmonia dos nossos poderes acabasse chegando a um denominador comum.
Quem sabe, e é isto que esperamos, que os maus exemplos deixados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro preste-se como exemplo para o fortalecimento da nossa democracia. Simples assim: quem foi mal militar não poderia ser um bom presidente.