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À refletir


Na recente disputa pelas prefeituras das nossas capitais, 20 prefeitos concorreram e 15 conseguiram se reeleger. 

Na mais recente disputa eleitoral, João Dória, se elegeu prefeito de São Paulo (SP), a maior e mais importante cidade de nosso país. Enquanto candidato, onde quer que fosse e onde quer estivesse invariavelmente, reafirmava: “Sou gestor e não político”.  Nunca chegou a dizer, mas deixava subentendido, que ser político seria o mesmo que ser incompetente ou desonesto, ou as duas coisas juntas.     

Decerto, tratava-se de uma narrativa um tanto esquisita, menos para o próprio João Dória, afinal de contas, versado em jornalismo, publicidade e marketing, ao pressentir que se apresentando como “não político, justamente, numa disputa eleitoral em que a nossa classe política,” majoritariamente, se encontrava política e moralmente aos frangalhos, o “sou gestor e não político” cairia muito bem e em muito iria contribuir, como de fato contribuiu, para sua espetacular eleição.     

Portador de um vasto currículo, de entrevistas em entrevistas, de palestras em palestras, de Reality Show em Reality Show, como quem não queria, mas de fato querendo, João Dória simplesmente estava pavimentando a estrada que o dia o conduzir a integrar o nosso mundo político. À propósito, sua filiação ao PSDB data de 2001.      

Não que todos os filiados de um determinado partido pretendam ser candidato, mas uma coisa é certa: todos aqueles que desejam se candidatar, necessariamente, terá que ser filiado a um partido político. Neste particular, com bastante antecedência, João Dória já havia cumprido tal exigência e apenas aguardava que o trem das oportunidades passasse a sua frente para nele tomar assento. Para sua agradável surpresa, quando o trem passou, o governador Geraldo Alckmin era o maquinista e já estava decidido a fazer o possível e o impossível para fazê-lo prefeito.    
Como quem tem padrinho não morre pagão, quando sentiu-se  convenientemente apadrinhado, João Dória lançou-se candidato, embora ambos, afilhado e padrinho, de antemão, soubessem que ainda teriam muitos obstáculos a enfrentar, entre eles, a acirrada disputa que seria travada na convenção que escolheria o candidato do seu partido a prefeitura de São Paulo, e por sê-lo “não político”, esta tarefa ficou por conta do governador, Geraldo Alckmin, um habilidoso na arte.    

Superado todos os obstáculos de ordem política, e já com sua candidatura consagrada, dali para frente, tudo que havia aprendido em matéria de propaganda e marketing, João Dória utilizou à favor de si mesmo, e o fez com tamanha competência, que acabou se tornando o primeiro prefeito de São Paulo a ser eleito em primeiro turno.  

Daí a pergunta que não pode calar: Como se explicar que dos 20 prefeitos de capitais que disputaram as suas reeleições, 15 deles tenham conseguido se reeleger, e com votações ainda maiores que as obtidas quando concorreram aos seus primeiros mandatos? 

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