O nosso ajuste fiscal é uma necessidade, até porque, sem ele, as nossas crises não serão contidas.
Ainda existem pessoas, corporações e até mesmo partidos políticos que pregam a existência de algo que simplesmente não mais existe, no caso, o Estado todo-poderoso. Pena que, naquilo que lhes interessam, alguns defendem sua existência. Alguns até são contrários a gastança dos nossos recursos públicos, conquanto não lhes atinjam.
Qualquer Estado, particularmente, o nosso, pode muito. Mas pensar que podia tudo foi o que nos levou às crises nas quais nos encontramos metidos. Foi justamente por acharem que o Estado podia tudo, que os nossos governantes gastaram o que não deviam e nem podiam, e como não poderia deixar de ser, acabaram levando as mais profundas e perigosíssimas crises de nossa história. Verdade seja dita: as nossas crises, sem dúvidas, estão intimamente associadas à gastança irresponsável, não apenas dos governos petistas, como equivocadamente lhes acusam, e sim, em razão da irresponsabilidade fiscal de todos os nossos governantes, em todos os tempos e em todos os três níveis: federal, estadual e municipal.
No plano federal, de onde deveria partir os melhores exemplos de responsabilidade fiscal, historicamente, vieram os piores exemplos, até porque, para financiar seus gastos, a nossa carga tributária foi transformada numa das mais elevadas do mundo, nossa dívida pública tornou-se insuportável, e não raro, nossa moeda chegou a ser produzida em escala.
Se nossos entes federados fossem tratados com os mesmos rigores e exigências como são tratadas as nossas empresas privadas, a maioria dos nossos municípios, dos nossos Estados e a própria união já se encontrariam em estado falimentar. Os Estados do Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul estão aí para comprovar o quanto a irresponsabilidade fiscal pode castigar nossos entes federados, notadamente, as suas populações.
Desta feita, não será trocando acusações que enfrentaremos as nossas crises, até porque, na verdade, todos os nossos governantes pisaram fundo no acelerador da gastança. Desta feita, que atire a primeira pedra quem souber o nome de um dos nossos governantes que ao término do seu mandato tenha deixado o seu tesouro, pelo ao menos, como havia encontrado. Se os nossos marqueteiros saíssem à procura de um slogan que se adequasse a todos os nossos governantes, com certeza, “Governar é gastar”, seria o escolhido. .
. Poe estas razões apoio o ajuste fiscal que o presidente Michel Temer terá que fazer, a despeito do curto espaço de tempo que lhes está reservado no comando político-administrativo do nosso país. Curto para executá-lo, mas suficiente longo para nos levar ao caos, caso nada seja feito no sentido de conter as nossas crises.