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Sem surpresas

                           Pequenos partidos, grandes negócios. E isto que a nossa legislação eleitoral nos tem propiciado.

             Dizem que as nossas constituições, sobretudo a primeira, foram inspiradas na constituição dos EUA. Aos que afirmam que sim, por certo, estão decepcionados com o passar dos tempos, pois há mais de 200 anos os EUA não precisaram estabelecer uma segunda constituição, enquanto nós, brasileiros, nos encontramos sob a égide da oitava constituição.                       

            Quais as causas que motivaram as freqüentes mudanças da nossa constituição? Simples assim: porque não formos capazes de seguir os melhores exemplos da constituição dos EUA e passamos a cometer os mais grotescos erros em desfavor da nossa convivência partidária e da nossa própria democracia.

              Neste artigo cinjo-me preferencialmente a nossa estrutura partidária, certamente, uma das mais aviltadas do mundo, posto que, enquanto nos EUA, o seu Congresso Nacional é composto por 535 integrantes, 100 senadores e 435 deputados federais, todos derivados praticamente de dois grandes e seculares partidos políticos, entre nós, o nosso Congresso Nacional é composto por integrantes de 21 partidos políticos, entre eles, os pequenos e inexpressivos, contudo, habilidosos negociantes. Partidariamente, também poderíamos considerá-los como negacionistas, pois basta ser atendidos no preço basta para posicionarem politicamente.

            A polarização Bolsonaro/Lula é reveladora da nossa fragilidade partidária. A propósito, os nossos partidos, sobretudo aqueles que são, ou que sempre buscam a sombra do poder, não tiveram maiores dificuldades em trocar suas paixões bolsonaristas pelo aconchego lulista.

          Certa vez, do alto de autoridade, o então presidente da Câmara dos Deputados, da nossa Constituinte Cidadã e do PMDB, o imortal Ulisses Guimarães, em respondendo por que o nosso Congresso Nacional encontrava-se em precárias situações, apenas respondeu: espere o próximo.

           Faça-se o que se fizer, a nossa democracia não melhorará enquanto formos regidos por uma legislação eleitoral que não valorize a instituição partido político.

          Nas eleições próximas passadas, tive vergonha de ser brasileiro, isto porque, faltando seis meses para sua realização, foi aberta uma janela partidária, através da qual, os trânsfugas mudaram de partido sem perder seus respectivos mandatos.

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