O que é crime no mundo real também deverá sê-lo no mundo digital.

        Quando o presidente dos EUA Abraham Lincoln foi assassinado, no dia 14/04/1865, passaram-se 13 dias para que os europeus tomassem conhecimento de tamanha tragédia. Presentemente, assistimos em tempo real o que está acontecendo em qualquer lugar do nosso planeta, a exemplificar, os jogos da recente Copa do Mundo e a mais recente viagem do presidente Lula a China.

        Se a evolução dos nossos meios de comunicações já alcançou níveis nunca antes imaginados, ainda assim, há que considerarmos os riscos decorrentes de tão extraordinária evolução, entre eles e a se destacar, a facilidade de circulação das notícias falsas, presentemente, rotuladas de fake News, sobretudo aquelas que estimulam práticas criminosas.

         Se o mundo dos internautas fosse constituído de santos, o que nunca foi não é e nem será, ainda assim não faltariam quem iria se insurgir contra o que poderíamos chamar de liberdade absoluta, dada a presença daqueles que confundem o direito de liberdade de opinião com o direito de não ser censurado.  

        Criminalizar e punir àqueles que propositadamente se utilizam das redes sociais para incitar a prática de crimes é um dever da instituição Estado, sobretudo, nas sociedades democráticas, porquanto no mundo real sempre existiu, presentemente ainda mais, os denominados libertinos e para estes, em seus mundos, não existem leis a serem observadas.

         Nenhum direito é absoluto, até porque em determinadas questões há que ser cuidadosamente avaliado o direito de liberdade de expressão contra quem se sente injustamente agredido em sua honra e imagem.

          Nada contra os avanços tecnológicos, conquanto os mesmos não propiciem e nem facilitem a difusão das chamadas Fakes News. E quem poderia evitar que as usinas de desinformações continuassem ativadas? As próprias plataformas digitais e as leis estabelecidas em cada país.

       O nosso ambiente político encontra-se, historicamente, no seu mais baixo nível, e o pior, sua degradação caminha na direção do seu volume morto, se é que este existe.  

        Concluo com uma das expressões do imortal Victor Hugo: Tudo que aumenta a liberdade aumenta a responsabilidade.