O nosso ensino público foi construído de forma equivocada. Daí o seu fracasso.
Não sou contra ao FIES, sou sim, radicalmente contrário a sua péssima e emporcalhada gestão. Digo mais: se o FIES houvesse sido controlado e fiscalizado, como seria de se esperar, jamais estaríamos testemunhando os desastrosos resultados de um programa que não apenas prometia como tinha tudo para melhorar o nosso ensino superior.
Se quantitativamente o FIES ultrapassou todos os limites possíveis e imagináveis, qualitativamente, seus resultados não poderiam ter sido piores, sobretudo, para os seus supostos beneficiários, no caso, os estudantes que sonharam com a possibilidade de freqüentar uma faculdade e dela sair portando um diploma que os ajudassem a melhorar as suas vidas, e ora se vêem portando um diploma sem nenhuma serventia. A bem da verdade, diga-se: em matéria de custo/benefício o FIES só tem deixado a desejar, a não ser, para as chamada faculdades caça-níqueis.
Ledo e Ivo engano, até porque, ainda que meritoriamente conquistado, foi-se o tempo que bastava um para garantir ao portador á ter acesso ao mercado de trabalho. Pior ainda, para àqueles que os exibem conferido por uma faculdade de quinta categoria. De outro lado, por se prestar como instrumento eleitoreiro, por parte dos nossos políticos, jamais ouvimos qualquer contestação a sua desastrada gestão.
À propósito, na campanha presidencial de 2014, enquanto a presidente Dilma Rousseff não desperdiçava uma única oportunidade para se capitalizar eleitoralmente, em se tratando do FIES, a reação do seu principal adversário, Aécio Neves, era sempre a seguinte: “se eleito, o FIES encabeçará as minhas prioridades”. Assim se comportaram, embora tivessem ciência da sua má gestão. A propósito, em todos seus programas eleitorais, o FIES era tratado como se fosse o melhor projeto educacional já posto em prática no nosso país, quando na verdade, ao lado dos 15.000.000 de brasileiros analfabetos, propriamente ditos, o FIES vinha proporcionando o surgimento uma legião de falsos doutores.
Portanto, isento de crítica e coberto de elogios, o FIES correu solto, como se diz na gíria, de canga e corda, a ponto de permitir uma proliferação de faculdades do tipo caça-níqueis. À comprovar, em seus cinco anos de vida, o FIES transformou o nosso país no campeão mundial em número de escola de nível superior, porém, desprovidas das condições minimamente exigidas para prestarem um ensino de qualidade, até porque, doutores não se fabricam, menos ainda, em faculdades do tipo caça-níqueis.
Aviso aos interessados: a sobrevivência do FIES depende do credenciamento das faculdades particulares e da seleção dos alunos beneficiadas. Do contrário, seus elevados custos e os seus baixos rendimentos não justificarão a sua própria existência.